O São Paulo Futebol Clube enfrenta um período de intensa turbulência. Na sequência de uma derrota por 6 a 0 para o Fluminense, no Maracanã, Carlos Belmonte renunciou ao cargo de diretor de futebol nesta sexta-feira (28). Nelson Marques Ferreira e Fernando Bracalle Ambrogi também deixaram suas posições no departamento.
A saída dos três foi confirmada pelo clube, que informou que o executivo Rui Costa e o coordenador Muricy Ramalho continuam responsáveis pela gestão do futebol e pelo planejamento para 2026.
A instabilidade no departamento de futebol já era evidente. A relação entre Belmonte e o presidente Julio Casares estava tensa, situação agravada pela chegada do superintendente Marcio Carlomagno ao CT da Barra Funda em outubro. Carlomagno assumiu funções estratégicas que antes eram de Belmonte, diminuindo sua influência no dia a dia do clube. A derrota no Rio de Janeiro acelerou a decisão do dirigente, que já havia perdido espaço e não tinha demonstrado intenção de renunciar até então.
Paralelamente às mudanças no futebol, o ambiente político do clube se intensificou. Conselheiros da oposição iniciaram um abaixo-assinado solicitando a renúncia do presidente Julio Casares. O grupo alega gestão temerária e acredita que o documento pode atrair apoio de membros da situação, que estaria dividida.
O grupo político de Carlos Belmonte, com cerca de 40 integrantes, pode aderir ao pedido, já que o ex-diretor estava em conflito com Casares e não compareceu a alguns jogos, inclusive na derrota para o Fluminense.
O momento esportivo crítico se junta a um cenário financeiro delicado. A dívida do São Paulo ultrapassa R$ 1 bilhão e, mesmo com a criação recente de um fundo para reorganizar as contas, o clube voltou a recorrer a empréstimos bancários, o mais recente no valor de R$ 25 milhões. Jogadores têm reclamado de atrasos no pagamento dos direitos de imagem, que acumulam dois meses. Após a goleada, o volante Luiz Gustavo cobrou a diretoria publicamente, pedindo maior responsabilidade da gestão.
A relação entre Casares e a torcida se deteriorou. Muros foram pichados após a derrota para o Fluminense, e protestos têm ocorrido nas imediações do estádio. Torcedores questionam a ausência do presidente em partidas recentes, embora ele tenha participado de eventos externos. A decisão de mandar jogos longe do Morumbi gerou críticas e alimentou especulações de que o clube tenta evitar manifestações mais contundentes.
Fonte: jovempan.com.br

