Em uma sessão marcada por forte tensão no Plenário da Câmara dos Deputados, o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) proferiu declarações polêmicas durante a análise do processo que pedia a cassação do mandato de Glauber Braga (Psol-RJ). As palavras de Bilynskyj ecoaram no ambiente legislativo, gerando debate e repercussão sobre os limites do discurso parlamentar. O parlamentar do PL expressou abertamente seu desejo de agredir fisicamente membros do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), alegando que estes adotam condutas provocativas constantes nas discussões. Essa postura inflamada ocorreu em meio à votação sobre a sanção a Braga, cujo caso também envolveu uma agressão física. A discussão sublinhou a polarização crescente e as confrontações frequentes entre diferentes espectros políticos dentro do Congresso Nacional.
Declarações polêmicas na câmara
Críticas contundentes ao Psol
Durante a sessão que analisava o processo que poderia levar à cassação do mandato de Glauber Braga (Psol-RJ), o deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) fez críticas contundentes ao Psol e afirmou que sua vontade “era encher de porrada” parlamentares da sigla. Segundo ele, os membros do Psol adotariam condutas provocativas nas discussões, inflamando os debates e gerando atritos desnecessários. Bilynskyj votou a favor da cassação de Braga e rebateu veementemente os argumentos apresentados pela defesa do parlamentar do Psol, que alegou ter reagido a uma série de provocações antes de agredir um militante do MBL.
O deputado do PL utilizou um raciocínio comparativo para justificar sua indignação: “O argumento central da defesa do Glauber é o seguinte: ‘Fui ofendido, logo o agredi’. Não faz uma hora que os militantes do PSOL estavam aqui na entrada do plenário. O que eles estavam fazendo com os deputados da direita, eu sendo um deles? Estavam xingando e ofendendo. Segundo esse raciocínio, eu teria todo o direito de surrar todos eles, merecidamente.” Essa declaração sublinhou a percepção de Bilynskyj sobre a hipocrisia das justificativas, apontando uma dupla moral nas reações a provocações.
Além das críticas diretas, Bilynskyj afirmou que “tudo que sai da boca do PSOL e da Esquerda é mentira”, intensificando a polarização do discurso. Ele acusou o grupo de usar o plenário para “inventar desculpas” enquanto, simultaneamente, mobilizaria militantes do lado de fora para hostilizar parlamentares de direita. “Eles vêm aqui falar, inventar uma desculpa, mas no mesmo dia estão movimentando aqueles militantes para vir aqui te ofender, te xingar, criar um problema com você. É isso que eles querem. Eles querem que você perca o seu mandato, porque você, justificadamente, pôs a mão na cara de um daqueles lixos. Essa é a verdade,” vociferou o deputado. Apesar da veemência de suas palavras e do desejo de revidar, Bilynskyj afirmou ter se contido em respeito aos 72.156 eleitores que o escolheram. “A minha vontade era de encher de porrada, mas não o faço. Não o faço, por justiça a quem eu represento,” concluiu, reiterando um senso de responsabilidade para com seu eleitorado.
O processo contra Glauber Braga e suas justificativas
A agressão e a defesa do parlamentar
O processo que poderia culminar na cassação do mandato de Glauber Braga foi motivado por um incidente ocorrido em abril de 2024, quando o deputado agrediu Gabriel Costenaro, à época militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O episódio gerou ampla repercussão e levou o caso ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Braga admitiu a agressão, mas defendeu-se alegando ter reagido após enfrentar uma série prolongada de provocações. Ele detalhou que foi alvo de sete episódios consecutivos de ataques pessoais, que culminaram em um ponto de ruptura emocional.
Entre as provocações, Braga destacou ofensas dirigidas à sua mãe, que se encontrava em estágio avançado de Alzheimer. A mãe do deputado veio a falecer apenas 15 dias após o incidente, o que, segundo ele, intensificou o peso das agressões verbais sofridas. A defesa de Braga focou na argumentação de que a agressão foi uma reação compreensível a uma escalada de hostilidades direcionadas não apenas a ele, mas também a sua família em um momento de extrema vulnerabilidade pessoal. Este argumento foi central para tentar contextualizar a atitude do parlamentar, distinguindo-a de uma agressão injustificada e premeditada.
A decisão do plenário e o cenário político
Na noite de quarta-feira (10), o Plenário da Câmara dos Deputados tomou sua decisão sobre o caso de Glauber Braga. Os parlamentares optaram por aplicar uma suspensão de seis meses ao mandato de Braga, afastando, assim, a recomendação de cassação que havia sido feita pelo Conselho de Ética. A decisão final representa uma sanção mais branda do que a perda do mandato, indicando uma divergência de opiniões entre o conselho e o plenário sobre a gravidade da conduta e as circunstâncias atenuantes apresentadas pela defesa.
O desfecho do processo reflete a complexidade das dinâmicas políticas e as diferentes interpretações sobre a conduta parlamentar aceitável e os limites da reação a provocações. A suspensão de seis meses, embora não signifique a perda definitiva do cargo, impõe uma interrupção significativa na atuação de Braga, servindo como uma reprimenda formal. O episódio como um todo – as declarações acaloradas de Bilynskyj, a defesa de Braga e a decisão do plenário – ilustra a polarização crescente e as tensões latentes no ambiente legislativo brasileiro, onde os embates ideológicos frequentemente extrapolam os limites do debate verbal e das regras de decoro.
Perguntas frequentes (FAQ)
O que motivou o processo contra o deputado Glauber Braga?
O processo foi motivado pela agressão cometida por Glauber Braga contra Gabriel Costenaro, então militante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024.
Qual foi a penalidade aplicada a Glauber Braga?
O Plenário da Câmara dos Deputados decidiu aplicar uma suspensão de seis meses ao mandato de Braga, afastando a recomendação de cassação feita pelo Conselho de Ética.
Quais foram as principais críticas do deputado Paulo Bilynskyj ao Psol?
Paulo Bilynskyj criticou o Psol por supostamente adotar condutas provocativas, acusou o partido e a “Esquerda” de “inventar desculpas” e de mobilizar militantes para hostilizar parlamentares de direita. Ele expressou o desejo de “encher de porrada” os membros do Psol.
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Fonte: https://jovempan.com.br

