Dumont, no interior de São Paulo, foi palco de um grave incidente infraestrutural neste sábado (13), quando um trecho da ciclovia da Avenida 21 de Março, no coração da cidade, desabou e cedeu dentro de um córrego. O evento, resultado direto das fortes chuvas que castigaram a região, levou à interdição imediata da via, crucial para o deslocamento de ciclistas e pedestres. A área afetada é de grande importância, caracterizada por um intenso movimento diário, com a presença de estabelecimentos comerciais, residências e uma instituição de ensino nas imediações, tornando a interrupção da passagem um transtorno significativo para a comunidade. O incidente em Dumont é um alerta preocupante para a vulnerabilidade da infraestrutura urbana diante dos extremos climáticos que se intensificam.

A Cratera que Abalou a Ciclovia de Dumont

Histórico e Cenário do Desabamento

O desabamento da ciclovia na Avenida 21 de Março em Dumont não foi um evento isolado, mas o agravamento de uma condição preexistente. No início deste ano, um buraco já havia se manifestado no asfalto da ciclovia, precisamente no mesmo ponto. Embora a situação tenha sido “resolvida” na época, moradores relatam que a intervenção não incluiu um reforço estrutural completo, deixando a via suscetível a futuros danos. Com o avanço do período chuvoso e, em particular, um volume extraordinário de precipitação, o dano evoluiu, transformando-se em uma cratera que culminou no colapso do trecho.

Segundo Ronaldo Vaniel Máximo, chefe da Defesa Civil de Dumont, o problema crônico da estrutura foi drasticamente exacerbado pelo grande volume de chuva. “Na sexta-feira, dia 12, registramos uma chuva de 76 milímetros em aproximadamente duas horas, o que acelerou a deterioração. A tubulação subterrânea, crucial para a drenagem, é antiga e apresenta desgaste significativo pelo tempo, sendo o ponto de origem das infiltrações que comprometem a base da ciclovia”, explicou Máximo. A combinação de infraestrutura envelhecida e a intensidade incomum das chuvas recentes criaram o cenário perfeito para a falha estrutural, levantando questões sobre a manutenção preventiva e a resiliência das obras públicas.

Desafios na Recuperação e Alerta Regional

Prejuízos Estruturais e a Luta Contra o Tempo

As equipes da Defesa Civil de Dumont estão mobilizadas no local do desabamento da ciclovia, empregando maquinário pesado na tentativa de mitigar os danos e iniciar os reparos. Contudo, o trabalho é severamente prejudicado pelas condições climáticas adversas. O fluxo contínuo de chuvas impede o avanço eficiente das obras, tornando impossível para as autoridades estabelecerem um cronograma claro para a conclusão dos reparos. “A chuva é um grande impedimento, pois não permite que as equipes trabalhem de forma contínua e segura. Estamos atuando para amenizar e tentar solucionar um problema que é complexo e demanda tempo, mas a previsão de término ainda é incerta devido ao clima instável”, detalhou Ronaldo Máximo.

A preocupação se estende a outros trechos da cidade, onde problemas semelhantes relacionados à tubulação antiga já foram identificados. A Defesa Civil mantém a área interditada, garantindo a segurança da população e orientando sobre desvios para que o trânsito de veículos e pedestres possa continuar, embora com transtornos. A prefeitura de Dumont, por sua vez, foi contatada por veículos de imprensa e aguarda-se um posicionamento oficial sobre as medidas de emergência e os planos de recuperação a longo prazo para a importante via.

O Cenário de Devastação se Espalha Pela Região

Os estragos causados pelas chuvas intensas não se restringiram a Dumont, reverberando por diversas cidades da região de Ribeirão Preto. Em Barrinha, uma ponte sobre o Córrego Jatobá, localizada na movimentada Avenida Júlio Marcari, colapsou completamente. Esta ponte, que já havia sido interditada em novembro por apresentar riscos, cedeu sob a força das águas, isolando a Vila Recreio do Centro da cidade. A prefeitura de Barrinha informou que removerá os escombros e estabilizará o solo, mas, assim como em Dumont, não estabeleceu um prazo para a reconstrução, ressaltando a complexidade e os recursos necessários para tais obras.

Barretos também registrou um incidente significativo, com o desmoronamento de parte da Avenida Sete, causado pela queda de um muro de contenção. A área foi prontamente isolada, e novas rachaduras no asfalto acendem o alerta para o risco iminente de novos deslizamentos. O coordenador da Defesa Civil de Barretos, Ricardo Maia, enfatizou a preocupação: “Estamos em pleno verão, e as pancadas de chuva no fim da tarde são constantes. O solo já estava saturado, e tivemos um volume elevado de cerca de 70 milímetros em apenas duas horas.” O setor de engenharia municipal foi acionado para investigar as causas e determinar as ações corretivas. Em São Joaquim da Barra, a Rua Manoel Damásio Ribeiro, no bairro Lapa Nova, viu sua cratera original, surgida em novembro, expandir-se ainda mais com as chuvas do fim de semana, avançando sob as calçadas e gerando grande apreensão entre os moradores, que relatam interrupção das obras iniciadas pela prefeitura devido ao mau tempo.

A Urgência de Respostas Diante da Força da Natureza

A série de incidentes estruturais em Dumont, Barrinha, Barretos e São Joaquim da Barra sublinha a urgente necessidade de uma revisão e reforço das infraestruturas urbanas no interior paulista, especialmente diante da intensificação dos fenômenos climáticos extremos. A despeito da magnitude dos danos materiais e dos consideráveis transtornos à mobilidade e ao cotidiano das comunidades, é um alívio que nenhuma vítima tenha sido registrada em decorrência desses desabamentos. No entanto, a Defesa Civil permanece em estado de alerta máximo, antecipando novos temporais nos próximos dias e reforçando a mensagem de prudência e a importância de medidas preventivas.

Este cenário de vulnerabilidade estrutural expõe a falha na manutenção preventiva e a inadequação de antigas redes de drenagem diante dos volumes pluviométricos atuais. A pronta resposta das equipes de emergência é crucial, mas a solução definitiva passa pelo investimento em engenharia robusta, monitoramento contínuo e planos de contingência eficazes. A capacidade de adaptação das cidades frente às mudanças climáticas torna-se não apenas uma prioridade, mas uma questão de segurança pública e sustentabilidade urbana.

Fonte: https://g1.globo.com

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