O Censo Demográfico 2022, divulgado nesta quarta-feira, aponta uma transformação significativa nos padrões de relacionamento no Brasil. As uniões consensuais, caracterizadas pela convivência sem o casamento formal, agora representam 38,9% das relações conjugais no país, ultrapassando os casamentos civis e religiosos, que somam 37,9%.

O levantamento revela uma mudança comportamental expressiva ao longo de 22 anos. Em 2000, as uniões consensuais correspondiam a 28,6% dos relacionamentos, enquanto os casamentos religiosos e civis detinham 49,4%. Em 2022, a configuração se inverteu, com um aumento das uniões consensuais para 38,9% e uma queda dos casamentos para 37,9%. Os casamentos exclusivamente religiosos também apresentaram declínio, passando de 4,4% para 2,6%.

Em 2022, a maioria da população com 10 anos ou mais, precisamente 51,3% (equivalente a 90,3 milhões de pessoas), vivia em união conjugal. Esse percentual era de 49,5% em 2000.

A pesquisa também indica uma diminuição na proporção de pessoas que nunca viveram em união conjugal, caindo de 38,6% para 30,1% no mesmo período. Em contrapartida, o número de pessoas que já viveram em união, mas não estavam em uma relação no momento da pesquisa, aumentou de 11,9% para 18,6%, representando um crescimento de 56%.

Os dados revelam que o tipo de união varia de acordo com cor, raça e religião. O casamento civil e religioso é mais comum entre pessoas brancas (46%) e amarelas (48,2%). Já a união consensual é mais prevalente entre indígenas (56%), pretos (46,1%) e pardos (43,8%).

Entre os indivíduos casados no civil e religioso, observa-se uma maior concentração de católicos (40%) e evangélicos (40,9%). Por outro lado, 62,5% das pessoas sem religião vivem em união consensual.

O Censo também destaca o crescimento notável das uniões entre pessoas do mesmo sexo, que aumentaram de 58 mil em 2010 para 480 mil em 2022, um aumento superior a 700%. Em 2022, a maioria desses casais (77,6%) vivia em união consensual, enquanto 13,5% eram casados apenas no civil.

Os estados com maior proporção de pessoas vivendo em união conjugal são Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%). Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%) registram os menores índices. O Rio de Janeiro apresenta o maior percentual de pessoas que passaram por dissoluções de união: 21,4% da população.

Fonte: www.metropoles.com

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