Empresas de grande porte, como BNY e Walmart, estão colhendo os primeiros frutos dos investimentos em agentes de inteligência artificial (IA), sistemas autônomos capazes de executar tarefas e tomar decisões sem intervenção humana direta. Esses “funcionários digitais” demonstram potencial para aumentar a produtividade e reduzir custos operacionais, marcando uma nova fase na aplicação prática da IA no mundo corporativo.
Os agentes de IA se diferenciam dos chatbots tradicionais por sua capacidade de aprender, tomar decisões, priorizar ações e interagir com outros sistemas de forma independente. Eles representam a próxima etapa na automação corporativa, operando dentro de regras definidas por humanos e demonstrando ganhos reais de eficiência.
Após um período inicial de testes e resultados modestos, empresas estão implementando esses sistemas em operações cotidianas, como engenharia, finanças e varejo. Essa transição do laboratório para o campo prático tem gerado impactos significativos na percepção do valor da IA generativa.
O BNY, por exemplo, já emprega cerca de 100 “funcionários digitais” que analisam códigos, identificam vulnerabilidades e aplicam correções automatizadas em problemas simples. Esses agentes, desenvolvidos com base em modelos da OpenAI, Google e Anthropic, operam dentro da plataforma de segurança do banco, chamada Eliza.
No setor varejista, o Walmart utiliza um agente de IA denominado Trend-to-Product, que conecta dados de consumo e tendências de mercado ao processo de criação de roupas. O sistema reduz em até 18 semanas o tempo entre o design e a chegada das peças às lojas. Um exemplo é o vestido No Boundaries Off-Shoulder Mini Dress, cuja especificação e modelagem foram realizadas com o auxílio do agente de IA.
A consolidação da adoção de agentes de IA como um sinal de retorno prático na corrida pela IA coincide com o desafio de financiar a infraestrutura massiva necessária para sustentar essa nova geração de ferramentas. Gigantes da tecnologia como Meta, OpenAI e xAI têm buscado acordos bilionários para construir data centers e garantir poder computacional.
A Meta, por exemplo, lançou o projeto Hyperion, avaliado em US$ 30 bilhões, em parceria com o fundo Blue Owl Capital. Projetos similares, como o Stargate e o Colossus 2, também apostam em modelos híbridos de investimento e dívida para expandir seus data centers e atender à crescente demanda da IA. Contudo, esse ritmo acelerado tem gerado preocupações no mercado, com analistas alertando para os riscos da combinação de alto endividamento e euforia tecnológica.
Fonte: olhardigital.com.br

