Battlefield 6 chegou com a promessa de revolucionar a franquia, oferecendo variedade de modos, performance aprimorada e uma busca por maior inclusão. O título ambiciona agradar diferentes públicos, desde os fãs da tradicional Guerra Total até os que preferem a liberdade criativa do Portal, sem esquecer do battle royale gratuito Battlefield RedSec e de uma campanha solo com forte apelo cinematográfico. Um aspecto crucial nessa nova fase é a acessibilidade, que começa a ganhar contornos importantes.
A análise a seguir busca detalhar o que Battlefield 6 oferece, e o que ainda precisa aprimorar, para assegurar que todos os jogadores possam participar ativamente no campo de batalha. Desde o suporte ao cross-play e a possibilidade de utilizar mouse e teclado nos consoles, até as configurações de desempenho e legibilidade, o objetivo é avaliar o comportamento do jogo na prática para jogadores com diferentes necessidades.
A acessibilidade em jogos vai muito além de simples ajustes em menus e legendas. Trata-se de garantir que cada indivíduo, independentemente de suas limitações físicas, sensoriais ou cognitivas, tenha a mesma oportunidade de vivenciar a intensidade de uma partida de Battlefield. A questão central é: quão bem sucedido é Battlefield 6 em tornar a guerra verdadeiramente acessível a todos?
A interface e as legendas do jogo oferecem um conjunto razoável de opções visuais. É possível ajustar a opacidade, o tamanho e até mesmo desabilitar elementos da tela, como o minimapa e os ícones de objetivos, aliados e inimigos.
O brilho pode ser configurado separadamente para o mundo do jogo e para a interface, facilitando a personalização. Contudo, a ausência de um recurso de autocontraste dificulta a identificação de inimigos, principalmente em ambientes mais escuros. Essa funcionalidade, presente em Call of Duty: Black Ops 6, faz falta, especialmente no modo campanha.
Jogadores daltônicos contam com perfis predefinidos e uma opção personalizada de cores com pré-visualização, um ponto positivo. As legendas oferecem três tamanhos diferentes e ajustes de opacidade para texto e fundo, permitindo também a exibição dos nomes dos personagens e contornos. Uma lacuna importante é a ausência de legendas ocultas (closed captions), comprometendo a acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva, uma vez que efeitos sonoros importantes não são descritos.
O jogo também inclui uma narração de menu básica, útil para a navegação inicial, mas que não está disponível em português. Isso limita significativamente o uso por jogadores cegos ou com baixa visão no Brasil, já que o leitor de tela em inglês não facilita a compreensão.
A dificuldade do jogo é ajustável através de quatro níveis distintos, oferecendo boa flexibilidade. É possível ativar ou desativar tutoriais e dicas, adaptando a experiência para diferentes perfis de jogadores. No entanto, o jogo salva automaticamente e não permite salvamentos manuais, o que pode ser frustrante para jogadores que precisam de pausas mais longas.
Battlefield 6 apresenta uma boa variedade de opções de personalização de controle. Jogadores podem remapear comandos tanto no controle quanto no teclado e mouse, definindo ações como correr, agachar e mirar para pressionar ou alternar. A assistência de mira é ajustável, com opções de curva de entrada, travamento e desaceleração, e há suporte para funções automáticas como pular obstáculos ou abrir o paraquedas.
A vibração é totalmente configurável, podendo ser desativada ou limitada a situações específicas, como explosões ou dano.
Durante a campanha, é possível pausar o jogo, mas essa opção não está disponível no modo multiplayer. O volume do chat de voz pode ser ajustado, e é possível priorizá-lo em relação ao som do jogo. Adicionalmente, há suporte para Texto-para-Fala e Fala-para-Texto, porém essas funções também não operam em português, restringindo a acessibilidade para o público brasileiro.
O campo de visão (FOV) pode ser ajustado separadamente para quando o jogador está a pé ou em veículos, e há opções para reduzir ou desativar movimentos como tremor de câmera e motion blur. É possível também desativar a aberração cromática e o movimento de cabeça ao correr, ajudando a evitar enjoos em alguns jogadores.
Em resumo, Battlefield 6 apresenta avanços significativos em personalização e acessibilidade, especialmente em ajustes visuais e de controle. No entanto, a ausência de autocontraste, a falta de legendas ocultas e o leitor de tela indisponível em português são pontos negativos para o público de jogadores com deficiência no Brasil.
A falta de um contraste automático torna a experiência frustrante em momentos de combate, dificultando a distinção de inimigos. Battlefield 6 oferece uma base sólida de acessibilidade, mas ainda fica atrás de outros títulos de grande porte quando se trata de inclusão e suporte completo a jogadores com deficiência visual ou auditiva.
Fonte: www.tecmundo.com.br

