As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) deverão atingir a marca de 38,1 bilhões de toneladas em 2025. A projeção, apresentada durante a Conferência do Clima da ONU (COP30) em Belém, é resultado de um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Exeter, na Inglaterra.

O relatório, elaborado por uma equipe de 130 cientistas, aponta para um aumento de 1,1% na produção de CO2 proveniente da queima de combustíveis fósseis em comparação com 2024. A mesma taxa de elevação foi observada entre 2023 e 2024, indicando uma persistência no ritmo crescente das emissões.

O aumento da concentração de CO2 na atmosfera tem um impacto direto no aumento da temperatura global. O Acordo de Paris, estabelecido em 2015, define um limite de aquecimento de 1,5ºC para evitar um “ponto de não reversão climática”. Ultrapassar esse limite aumentaria significativamente a ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, chuvas torrenciais e ondas de calor intensas.

Embora ainda haja uma certa distância para o limite de segurança de emissões de CO2 na atmosfera definido no Acordo de Paris – de 170 bilhões de toneladas –, a trajetória atual sugere que esse limite poderá ser alcançado até 2030, levando a uma situação crítica.

O estudo divide as principais fontes de emissão entre a queima de combustíveis fósseis e as mudanças no uso da terra para atividades como pastagem e agricultura. A vegetação desempenha um papel crucial na captura de CO2, e qualquer alteração no uso da terra pode comprometer essa capacidade, permitindo que o gás se acumule na atmosfera. A poluição dos oceanos também interfere na absorção de carbono, uma vez que o fitoplâncton marinho desempenha um papel importante nesse processo. Florestas e oceanos são, portanto, considerados “sumidouros de carbono”.

Outro estudo, divulgado na revista Nature, investigou o impacto das mudanças climáticas nos sumidouros naturais de carbono. A pesquisa aponta que 8% do aumento de CO2 na atmosfera é atribuído ao enfraquecimento da capacidade desses sumidouros em absorver o gás.

Ambientalistas defendem a necessidade urgente de antecipar os compromissos climáticos para evitar o ponto de não retorno. A expansão do uso de energias renováveis e a redução da produção de combustíveis fósseis são apontadas como medidas essenciais para diminuir as emissões de gases de efeito estufa.

Fonte: www.metropoles.com

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