Um ataque russo em grande escala, perpetrado com mais de 500 drones e mísseis, atingiu o oeste da Ucrânia nesta quarta-feira (19), resultando na morte de 20 pessoas, incluindo duas crianças. O número de feridos ainda está sendo contabilizado pelas autoridades locais.
O ataque, que ocorreu durante a madrugada, teve como alvo principal a cidade de Ternopil, localizada em uma região considerada relativamente segura no oeste ucraniano. A cidade tem recebido um grande número de moradores deslocados de áreas mais próximas da linha de frente.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, utilizou suas redes sociais para expressar sua indignação e criticar a intensidade da agressão. “Em Ternopil, edifícios residenciais de nove andares foram atingidos, causando incêndios. Infelizmente, há destruição significativa e pode haver pessoas presas sob os escombros”, lamentou Zelensky. “Cada ataque descarado contra a vida cotidiana mostra que a pressão sobre a Rússia [para parar a guerra] ainda é insuficiente”, acrescentou.
Em resposta à escalada do conflito, a Polônia e a Romênia, países vizinhos da Ucrânia e membros da Otan, acionaram seus jatos de combate como medida de precaução. A ação remete ao incidente de setembro, quando drones russos invadiram o espaço aéreo polonês e foram interceptados por caças. O Ministério da Defesa romeno confirmou o envio de dois caças Eurofighter Typhoon e dois F-16 após a detecção de um drone em seu espaço aéreo. A Polônia chegou a fechar dois aeroportos em sua região leste, priorizando a operação de caças para garantir a segurança do espaço aéreo.
Segundo informações divulgadas pelo presidente Zelensky, além de Ternopil, outras regiões ucranianas também foram alvejadas no ataque russo, incluindo Lviv, Ivano-Frankivsk, Mykolaiv, Chercássi, Kiev, Chernigov, Dnipro e Donetsk.
O Ministério da Defesa ucraniano informou que a Rússia lançou 476 drones de ataque e 48 mísseis, caracterizando o ataque como uma investida “combinada contra a infraestrutura crítica” do país. As forças ucranianas, empregando aviões, mísseis antiaéreos, sistemas antidrones e baterias móveis de mísseis, alegam ter interceptado 483 dos 524 projéteis lançados.
O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, alegou ter atacado instalações energéticas e alvos do complexo militar-industrial ucraniano, incluindo depósitos de drones de longo alcance, em retaliação a ataques realizados por Kiev em território russo.
Fonte: g1.globo.com
