Um biólogo marinho mexicano sobreviveu a um ataque de tubarão-das-galápagos e planeja retornar ao mergulho em breve. Mauricio Hoyos, com mais de 30 anos de experiência no estudo de tubarões em seu habitat natural, relata ter sentido a pressão da mordida de um tubarão de mais de três metros em sua cabeça.
O incidente ocorreu nas águas da Ilha do Coco, na Costa Rica, quando o animal o atacou durante uma expedição de pesquisa. Hoyos acredita que a fêmea de tubarão agiu em defesa, possivelmente para proteger sua prole. Ele abaixou a cabeça instintivamente, protegendo sua jugular.
Apesar da experiência traumática, que resultou em ferimentos profundos no rosto e cabeça, e do rompimento de seu equipamento de mergulho, Hoyos demonstra uma resiliência notável. Ele minimiza o incidente, comparando a mordida a uma advertência canina e enfatiza seu fascínio contínuo por tubarões.
A paixão de Hoyos pelos tubarões surgiu na infância, após assistir ao filme “Tubarão”. Longe de sentir medo, ele se sentiu compelido a aprender mais sobre esses animais. Ao longo de sua carreira, ele estudou diversas espécies, testemunhando sua vulnerabilidade e o papel crucial que desempenham no ecossistema marinho.
Os tubarões, segundo Hoyos, são o “sistema imunológico dos oceanos”, controlando populações e mantendo a saúde do ecossistema. Sua pesquisa envolve o uso de marcas acústicas para estudar os movimentos dos tubarões, auxiliando na identificação de áreas de acasalamento e desova, informações vitais para a proteção dessas espécies.
Durante o incidente na Costa Rica, Hoyos estava tentando marcar uma fêmea de tubarão-das-galápagos em uma estação de limpeza, um local onde peixes removem parasitas dos tubarões. Após marcar o animal, ele se afastou, mas a fêmea repentinamente investiu contra ele.
Apesar dos ferimentos e do susto, a recuperação de Hoyos foi surpreendentemente rápida. Ele recebeu alta e está programado para retornar ao mergulho, com planos de visitar novamente a Ilha do Coco em janeiro e mergulhar no mesmo local onde ocorreu o ataque.
Para Hoyos, a cicatriz que carrega é um “marca de batalha na forma de brânquias”, um símbolo de sua dedicação à pesquisa e conservação dos tubarões. Ele acredita que o fato de ter sobrevivido ao ataque é uma prova de que a fêmea poupou sua vida, reforçando seu compromisso em defender a importância desses animais.
Fonte: g1.globo.com

