A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado deu continuidade aos trabalhos, ouvindo nesta quarta-feira o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Antônio Glautter de Azevedo Morais.
Antônio Glautter abriu a sessão detalhando o cenário do sistema prisional brasileiro. Ele expôs que o país contabiliza 702 mil pessoas encarceradas, contrastando com uma capacidade de 500.381 vagas. Esse descompasso revela um déficit de aproximadamente 40% na disponibilidade de vagas no sistema.
Lincoln Gakiya, promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo e integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), compartilhou sua vasta experiência na investigação do Primeiro Comando da Capital (PCC), iniciada no começo dos anos 2000. Seu conhecimento aprofundado sobre a facção criminosa é considerado crucial para a investigação da CPI.
Ambos os depoimentos foram requisitados pelo senador Alessandro Vieira (MDB), relator da comissão, e aprovados na reunião de instalação do colegiado. Vieira justificou a importância da participação do promotor Gakiya, ressaltando que ele é “um dos nomes que mais conhece a atuação da organização criminosa no Brasil”.
O senador enfatizou que a contribuição de ambos os convidados é fundamental para que a CPI possa construir um diagnóstico preciso da ameaça representada pelo crime organizado e avaliar a eficácia das políticas públicas existentes.
Na terça-feira, a CPI já havia ouvido o diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues. Em sua participação, Rodrigues defendeu uma distinção clara no enfrentamento do crime organizado, alertando contra a “glamourização” de ações criminosas e a equiparação de organizações criminosas com grupos terroristas.
Fonte: www.metropoles.com

