A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS realiza hoje votação decisiva sobre a convocação do Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias. A expectativa é que o requerimento para ouvi-lo seja aprovado, possibilitando seu depoimento já na próxima semana, conforme declaração do senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPMI.
O pedido de convocação partiu de parlamentares da oposição, que alegam ter indícios de que Messias foi alertado sobre um esquema fraudulento no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A oposição argumenta que Messias teria ignorado os fatos, possivelmente para proteger José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, vice-presidente do Sindnapi e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além da votação sobre Messias, a CPMI também ouve hoje o contador Mauro Palombo Concílio. Concílio está ligado a empresas que receberam repasses financeiros da Amar Brasil, instituição sob suspeita de fraudar aposentados. A presença do contador é considerada fundamental para o aprofundamento das investigações sobre o fluxo financeiro e o possível envolvimento de outras empresas no esquema.
O caso ganhou notoriedade a partir de dezembro de 2023, quando uma série de reportagens revelou um aumento significativo na arrecadação de entidades através de descontos nas mensalidades de aposentados, alcançando a cifra de R$ 2 bilhões em um ano. Paralelamente, essas associações enfrentavam milhares de processos judiciais por alegações de filiações fraudulentas de segurados.
As denúncias impulsionaram a abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) e motivaram investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). As apurações culminaram na deflagração da Operação Sem Desconto, que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Enquanto a oposição busca esclarecer o suposto envolvimento do AGU no caso, governistas veem a convocação de Messias como uma estratégia para desgastá-lo antes da sabatina para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), agendada para o dia 10 de dezembro. A CPMI do INSS segue em andamento, com o objetivo de apurar a fundo as denúncias de fraudes e responsabilizar os envolvidos.
Fonte: www.metropoles.com

