A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) prendeu Júlia Moretti, suspeita de envolvimento no roubo de joias avaliadas em milhões de reais ocorrido em setembro em um edifício de alto padrão na cidade. Contudo, o delegado André Baldocchi, responsável pelas investigações, descarta que a jovem seja uma das líderes da organização criminosa.
Segundo o delegado, Júlia, que não usou disfarces durante o assalto e teve participação ativa, foi cooptada pelo grupo após uma viagem ao litoral paulista. “Júlia foi cooptada, participou, claro, ativamente, principalmente na parte logística, dando o seu nome, sua pessoa, porque o nome foi utilizado para fazer o aluguel do apartamento do nono andar, participou também ativamente do roubo”, afirmou Baldocchi.
A prisão preventiva de Júlia ocorreu em Araçatuba (SP), onde reside, dois meses após o crime. Ela se manteve em silêncio, mas deverá prestar depoimento em breve. Com a prisão, 15 dos 17 suspeitos identificados estão detidos preventivamente. O inquérito policial foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público. Um homem e uma mulher seguem foragidos.
O advogado de defesa de Júlia, José Márcio Mantello, alega que ela trabalhava como acompanhante de luxo e foi contatada para participar do roubo durante um encontro. Segundo o advogado, a jovem foi coagida a continuar no plano após ser convidada. Inicialmente, Júlia deveria apenas tirar fotos do apartamento usado para acessar o prédio das vítimas, mas, segundo ele, recebeu ameaças contra sua filha caso desistisse.
O roubo ocorreu em 24 de setembro, quando um grupo invadiu um edifício de alto padrão no centro de Ribeirão Preto. Prestadores de serviço e moradores foram rendidos, e seis apartamentos foram invadidos. Joias foram subtraídas. O grupo alugou um apartamento no condomínio com documentos falsos para facilitar a ação.
Júlia é apontada como responsável por alugar o imóvel utilizado pela quadrilha, apresentando documentos falsos e um cheque caução de R$ 12 mil. Estima-se que cada membro da quadrilha tenha recebido cerca de R$ 15 mil com a venda das joias roubadas. O prejuízo total às vítimas pode ultrapassar os R$ 4 milhões.
Fonte: g1.globo.com

