Um vídeo chocante viralizou nas redes sociais, exibindo um verme-crina-de-cavalo (Gordioidea) emergindo de um louva-a-deus (Mantodea) após o inseto ser molhado. A cena, embora perturbadora, revela um ciclo parasitário complexo e surpreendente.

O ciclo de vida do verme-crina-de-cavalo inicia-se em águas doces, onde a fêmea deposita seus ovos. As larvas resultantes são ingeridas por insetos menores, atuando como hospedeiros intermediários. Estes insetos infectados tornam-se, então, presa de invertebrados maiores, como besouros, gafanhotos e, no caso em questão, o louva-a-deus.

Ao consumir os insetos menores, os invertebrados maiores caem na armadilha dos vermes. O cisto, inicialmente presente no corpo dos insetos menores, é transferido para o hospedeiro definitivo, o louva-a-deus, onde começa a se desenvolver. O parasita, que se assemelha a um fio, consome os nutrientes do louva-a-deus e cresce significativamente, enrolando-se no abdômen do inseto por um período que pode variar entre semanas e meses.

A estratégia do verme-crina-de-cavalo não se limita à nutrição. Para completar seu ciclo de vida e retornar ao ambiente aquático para reprodução, o verme assume o controle do comportamento do louva-a-deus. O verme induz o inseto, naturalmente terrestre, a buscar a água. Ao encontrar água, o verme emerge pela parte traseira do hospedeiro, em busca de uma fêmea para se reproduzir e reiniciar o ciclo. O louva-a-deus, por sua vez, geralmente não sobrevive a essa experiência, seja devido aos ferimentos causados pela saída abrupta do verme ou por afogamento.

O vídeo viralizado demonstra esse processo: a água induz o verme a emergir do louva-a-deus. Enganado pela presença do líquido, o verme interpreta o momento como oportuno para abandonar o hospedeiro.

Embora o mecanismo exato de controle mental exercido pelo crina-de-cavalo sobre o louva-a-deus permaneça um mistério, cientistas acreditam que o verme libera substâncias químicas que interferem no funcionamento cerebral do inseto. Apesar da natureza assustadora do parasita, ele não representa perigo para os seres humanos, concentrando seus ataques exclusivamente em insetos terrestres.

Fonte: www.metropoles.com

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