Tradicionalmente concentrados em grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro, os data centers no Brasil estão passando por uma transformação impulsionada pela crescente demanda por serviços digitais, inteligência artificial, 5G e Internet das Coisas (IoT). Essa mudança radical na infraestrutura digital do país aponta para uma descentralização, com o surgimento de data centers regionais e outras soluções inovadoras.

Com a maior parte da infraestrutura de data centers concentrada no Sudeste, o Brasil enfrenta desafios relacionados à latência, resiliência e soberania de dados. Para mitigar esses problemas, uma nova arquitetura digital está se desenvolvendo, caracterizada por data centers regionais, edge computing e pontos de troca de tráfego (IXs) distribuídos por todo o território nacional.

Os provedores regionais de internet (ISPs) desempenham um papel fundamental nessa transformação, respondendo por grande parte do investimento em infraestrutura de última milha e construindo seus próprios data centers para reduzir a latência e aprimorar a qualidade dos serviços locais. Esses provedores estão liderando uma revolução silenciosa que está remodelando a forma como os dados são processados e trafegados no Brasil.

Um exemplo notável é a 3AX Telecom, uma empresa com atuação no interior de São Paulo, que possui cinco data centers estrategicamente localizados em cidades como Ribeirão Preto, Jaboticabal, Monte Alto, Sertãozinho e Barretos. Com uma rede própria de fibra óptica e conexão direta ao IX-SP, a 3AX oferece velocidades elevadas e replica dados entre seus data centers, garantindo disponibilidade, segurança e continuidade operacional.

A descentralização também se reflete na expansão do IX-SP, que está em fase de implantação do IX-Ribeirão Preto nas instalações da 3AX. Essa iniciativa visa reduzir a latência, aumentar a velocidade e estabilidade da internet, diminuir os custos com trânsito IP e melhorar o desempenho de serviços como streaming, jogos e videoconferências. Além disso, fortalece a infraestrutura local, aumenta a resiliência da rede e estimula o desenvolvimento tecnológico regional.

A presença capilar da 3AX permite que a empresa forneça serviços de nuvem com desempenho de rede local, mesmo em cidades de pequeno e médio porte. Sua estrutura de backbone própria, combinada com data centers redundantes, garante baixa latência e maior resiliência a falhas, um aspecto crucial em tempos de transformação digital acelerada.

A empresa atende um grande número de empresas e investe continuamente em tecnologia e segurança da informação. Para seus clientes, isso se traduz em serviços com performance elevada, estabilidade e escalabilidade, sem a dependência de hubs distantes.

A inteligência artificial também impulsiona a descentralização. A IA exige uma infraestrutura que responda em milissegundos, o que só é possível com múltiplos nós de processamento localizados em diversas regiões. Empresas apostam em topologias distribuídas, com data centers regionais, edge nodes e dispositivos com poder de processamento criptografado nas pontas, visando alcançar latência quase zero e redes inteligentes.

O modelo que se configura é o de uma nuvem nacional com um centro de processamento principal em São Paulo, mas com diversos pontos de distribuição espalhados por todo o país. Os data centers regionais sustentarão aplicações de IA, streaming, IoT e serviços críticos com baixa latência e maior resiliência, impulsionando a economia digital do futuro.

Fonte: g1.globo.com

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