O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou a possibilidade de conversar com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. A declaração surge em um período de crescente tensão na região, marcado por uma intensa mobilização militar americana no Caribe e no Pacífico.
“Poderíamos ter algumas discussões com Maduro e ver o que acontece”, afirmou Trump a jornalistas, em Palm Beach, Flórida. Questionado sobre o que isso significaria, o presidente respondeu: “Vocês me dizem, eu não sei… Eu conversaria com qualquer um”.
A relação entre os dois países tem sido marcada por hostilidades. O governo americano chegou a oferecer US$ 50 milhões pela captura de Maduro, acusando-o de liderar um suposto “Cartel de los Soles”.
Antes do aceno de Trump para um possível diálogo, o governo americano planejava classificar o “Cartel de los Soles” como uma organização terrorista estrangeira. Segundo um comunicado, a designação seria efetivada a partir de 24 de novembro.
O anúncio foi acompanhado da declaração de que “nem Maduro, nem seus cúmplices representam o governo legítimo da Venezuela”. O governo americano ainda ressaltou que continuaria utilizando “todas as ferramentas disponíveis para proteger nossos interesses de segurança nacional e negar fundos e recursos aos narcoterroristas”.
Em julho, o Departamento do Tesouro americano anunciou sanções contra o “Cartel de los Soles”, classificando-o como uma entidade Terrorista Global Especialmente Designada por supostamente fornecer “apoio material” a outros grupos criminosos da América Latina.
A mobilização militar americana no Caribe e no Pacífico resultou na morte de pelo menos 83 pessoas acusadas de transportar drogas em águas internacionais. A proximidade de navios de guerra americanos com águas venezuelanas acentuou a tensão.
No sábado, Maduro classificou o anúncio de novos exercícios militares conjuntos de Washington com Trinidad e Tobago como “irresponsáveis” e defendeu a necessidade de “fazer tudo pela paz”.
Trump, que já autorizou operações clandestinas da CIA na Venezuela, deu declarações contraditórias sobre sua estratégia, mas afirmou que já decidiu os próximos passos com relação ao país. “Não posso dizer o que é, mas avançamos muito com a Venezuela no que diz respeito a deter o fluxo de drogas”, declarou.
Fonte: jovempan.com.br

