A Justiça de Pontal (SP) determinou que o processo referente à morte de Nathália Garnica seja transferido para Ribeirão Preto (SP), unindo-se ao caso já em andamento da morte de Larissa Rodrigues. Ambos os casos envolvem Elizabete Arrabaça, de 68 anos, como principal suspeita. A decisão, proferida pela juíza titular Bruna Araújo Capelin Matioli, fundamenta-se na alegada conexão probatória entre os dois crimes, visando evitar decisões contraditórias e garantir uma investigação mais completa.

Elizabete Arrabaça já figura como ré no processo da morte de Larissa, sua nora, e é apontada como indiciada na morte de sua filha, Nathália. O Ministério Público já formalizou a denúncia neste último caso, mas ainda aguarda aceitação pela Justiça.

O promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, responsável pelas investigações da morte de Larissa, manifestou discordância com a decisão. Para ele, o caso de Nathália deveria permanecer sob a jurisdição de Pontal, onde ocorreu o crime. Nicolino argumenta que a unificação dos processos poderia atrasar o julgamento do caso de Larissa, que já se encontra em fase avançada. Segundo o promotor, os estágios das investigações e a natureza dos fatos são distintos, com o caso de Pontal ainda em fase inicial de denúncia e o de Ribeirão Preto próximo da sentença.

Nicolino contesta a conexão probatória apontada pela juíza, argumentando que, embora haja semelhanças no modus operandi e a mesma ré, as circunstâncias são diferentes. Ele aponta para a distinção nas relações entre as vítimas (mãe e filha versus sogra e nora), nas testemunhas envolvidas e nas possíveis motivações.

O Ministério Público já solicitou ao juiz de Ribeirão Preto que declare conflito negativo de competência, defendendo que a jurisdição para o caso de Nathália é de Pontal. A decisão sobre qual comarca será responsável pelo julgamento caberá ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O advogado de Elizabete Arrabaça, Bruno Corrêa, também se posiciona contra a unificação dos processos, defendendo que o julgamento da morte de Nathália permaneça em Pontal. Caso o juiz de Ribeirão Preto decida pela unificação, a defesa pretende recorrer, argumentando que não há conexão entre as provas e que o parecer do Ministério Público corrobora essa visão.

O Tribunal de Justiça informou que, devido ao segredo de justiça, não pode comentar sobre o andamento do caso.

Os laudos toxicológicos revelaram que, embora ambas as vítimas tenham sido envenenadas com substâncias conhecidas como “chumbinho”, os venenos administrados foram diferentes. Além disso, as testemunhas e as circunstâncias de cada caso apresentam particularidades.

Elizabete Arrabaça está presa preventivamente desde agosto e nega qualquer envolvimento nas mortes da filha e da nora.

Fonte: g1.globo.com

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