Um jovem de 21 anos, identificado como Miguel Ferreira dos Santos, desapareceu nas águas do Rio Pardo, em Ribeirão Preto, no último domingo (9), após pular da canoa em que estava com um amigo. As buscas, realizadas pelo Corpo de Bombeiros e pela Marinha, foram suspensas no fim da tarde de segunda-feira (10) e devem ser retomadas na terça-feira (11).
Segundo Juliermes Antônio Rezende, amigo de Miguel, ele não sabia que o jovem não sabia nadar. Os dois estavam retornando para o rancho onde passaram o dia quando Miguel expressou o desejo de pular no rio. “Ele resolveu pular e eu não sabia que ele não sabia nadar, falou para mim que sabia, mas foi muito rápido. Quando vi, ele já pulou e tentei buscar, que eu vi que ele estava se afogando”, relatou Juliermes.
No desespero, Juliermes tentou resgatar o amigo, mas acabou caindo na água também. “Quando voltei [com a canoa], fiz uma manobra brusca e, com o desespero, acabei caindo dentro da água e a canoa quase afundou um pouco. Pulei para a água e, naquele desespero, consegui chegar mais ou menos perto dele e já tinha afundado”, lamentou.
O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente, mas as buscas iniciais não obtiveram sucesso. Familiares e amigos acompanharam os trabalhos de resgate. Na segunda-feira, as buscas foram retomadas com o apoio da Marinha, que utilizou um sonar para mapear o relevo do fundo do rio e identificar os melhores locais para mergulho.
“A gente está contando com sete mergulhadores no local e uma embarcação. A equipe da Marinha está contando com quatro militares e mais uma embarcação e, essa sim, dispõe do equipamento Sonar, que a gente consegue ter uma visualização do relevo do fundo do rio e contribui bastante para identificar os melhores locais para realizar esse mergulho e fazer uma busca mais precisa”, explicou o tenente Fábio Rossatto, do Corpo de Bombeiros.
Juliermes expressou profundo pesar por não ter conseguido salvar o amigo. “Conheço bem o rio, mas não consegui fazer nada. Você pular atrás dele e não ver, você se sente um inútil. Não conseguir salva a vida dele. Sem palavras”, disse.
O padrasto de Miguel, Cássio Nogueira da Silva, acompanhou as buscas e manifestou a apreensão da família. “Tem um ponto de esperança, mas a verdade tem que ser dita. Acreditamos que chance de vida, pode ser que seja zero, porque não tem como suportar tanto tempo embaixo d’água. Agora é contar com o trabalho dos bombeiros e ter fé que encontre”, declarou.
A forte correnteza do rio, causada pelas chuvas recentes, tem dificultado os trabalhos de busca.
Fonte: g1.globo.com

