O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a importância da Cúpula dos Povos como um evento fundamental para a realização da COP30. O evento paralelo, que reuniu mais de cem movimentos populares e organizações sociais de mais de 60 países, encerrou-se no último domingo, e o presidente planeja retornar a Belém na quarta-feira para um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Em uma carta dirigida à Cúpula dos Povos, e lida pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, Lula ressaltou a necessidade de um diálogo amplo envolvendo diversos países, representantes da sociedade civil, povos indígenas, populações tradicionais, governadores e prefeitos.
O presidente condenou o negacionismo climático e destacou que as críticas da sociedade civil estão alinhadas com o conhecimento científico. Ele enfatizou a urgência de decisões sobre transição justa e adaptação climática. “Não podemos sair de Belém sem decisões sobre esses temas! Os líderes mundiais que estiveram em Belém conheceram a realidade da Amazônia e entenderam que a divisão entre a humanidade não faz sentido”, declarou.
Durante o encerramento da Cúpula dos Povos, foi lida uma carta que criticava o que o evento classificou como falsas soluções para a crise climática. O documento, entregue ao presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago, será apresentado nas reuniões que se iniciaram nesta segunda-feira.
O texto aponta o modo de produção capitalista como a principal causa da crise climática e faz um apelo pela proteção dos territórios indígenas e comunidades locais, defendendo a reforma agrária popular. O documento também critica o avanço da “extrema direita”, do “fascismo” e das guerras globais, manifestando apoio ao povo palestino e condenando ações dos Estados Unidos no Mar do Caribe.
A Cúpula dos Povos proporcionou um espaço de discussão e articulação de propostas para enfrentar a emergência climática, destacando a importância da participação popular e da crítica às soluções que não abordam as causas estruturais da crise ambiental. A mobilização reforça a necessidade de ações concretas e urgentes para mitigar os impactos das mudanças climáticas e promover justiça social e ambiental.
Fonte: jovempan.com.br

