O número de mortos em um incêndio devastador em Hong Kong subiu para 55, com 68 feridos hospitalizados, incluindo 16 em estado crítico e 25 em estado grave. Outras 279 pessoas estão desaparecidas, de acordo com os últimos números divulgados pelos serviços de emergência.

O incêndio começou na tarde de quarta-feira e consumiu sete dos oito edifícios de 31 andares que compõem o complexo Wang Fuk Court, localizado no distrito de Tai Po. As autoridades descrevem o incidente como o pior incêndio em Hong Kong nos últimos 30 anos.

O fogo teve início em um dos edifícios e se espalhou rapidamente, impulsionado por materiais inflamáveis utilizados nas obras de renovação exterior. Andaimes de bambu, telas de segurança, lonas impermeáveis e placas de poliestireno expandido contribuíram para a rápida propagação das chamas.

Em um período de 43 minutos, o Departamento de Bombeiros elevou o alarme do nível 1 para o nível 4 e, quatro horas depois, para o nível 5, o mais alto na escala local. O nível 5 foi ativado em apenas duas ocasiões anteriores na história recente de Hong Kong.

As autoridades consideraram a velocidade de propagação do incêndio “inusual” e confirmaram a presença de materiais de poliestireno expandido altamente inflamáveis dentro dos blocos. Após quase 10 horas de operações contínuas, os incêndios nos sete edifícios estavam sob controle no início da manhã, com chamas persistindo em três deles.

O Departamento de Bombeiros mobilizou 1.250 bombeiros, 304 veículos de emergência, 26 equipes especializadas e quatro drones para vigilância aérea, prosseguindo com as operações de resgate e resfriamento andar por andar.

As autoridades alertaram para o risco de colapso parcial dos andaimes, dos quais já caíram fragmentos, exigindo extrema cautela do pessoal. A polícia deteve dois diretores e um consultor de engenharia da empreiteira responsável pelas obras, acusados de homicídio culposo pelo uso de materiais que teriam facilitado a rápida extensão do fogo.

Agentes também revistaram os escritórios da empresa administradora do complexo e a residência de um dos suspeitos, enquanto a investigação sobre a origem do incêndio continua em andamento.

O chefe do Executivo de Hong Kong classificou a tragédia como uma “catástrofe maciça” e anunciou a suspensão de todos os atos de campanha para as eleições ao Conselho Legislativo de 7 de dezembro, além de considerar uma possível revisão da data do pleito.

Em uma reunião interdepartamental, foram ordenadas inspeções imediatas em todas as urbanizações de Hong Kong atualmente em obras, visando verificar a segurança dos andaimes e dos materiais empregados.

A onda de solidariedade se intensificou com anúncios de ajuda por parte do setor privado. A Fundação Jack Ma, Alibaba e Ant Group prometeram doar milhões de dólares de Hong Kong para apoiar as famílias afetadas e os serviços de resgate. Outras empresas também anunciaram doações para os esforços de assistência.

Fonte: jovempan.com.br

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