Um grupo de senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro realizou uma visita ao Complexo Penitenciário da Papuda, localizado no Distrito Federal, na segunda-feira (17). A comitiva foi composta pela presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a senadora Damares Alves, e pelos senadores Izalci Lucas, Eduardo Girão e Marcio Bittar.
Após a inspeção, os senadores divulgaram um relatório nesta terça-feira (18), apontando falhas estruturais e deficiências no atendimento médico dentro da penitenciária. Segundo o grupo, essas condições tornariam o local inadequado para receber o ex-presidente Bolsonaro. O documento ressalta a preocupação com a falta de formação técnica dos policiais para realizar avaliações médicas, o que poderia colocar em risco a integridade física de um custodiado e levar à omissão involuntária de socorro.
Os senadores argumentam que as conclusões alcançadas não são inéditas, já tendo sido previamente levantadas em inspeções realizadas pela Defensoria Pública e pelo Conselho Nacional de Combate à Tortura (CNPCP). Eles citam como exemplo a morte de Cleriston Pereira da Cunha, ocorrida em 2023, após alegada demora no recebimento de atendimento médico adequado.
A visita dos senadores acontece em um período em que existe a possibilidade de o ex-presidente ser encaminhado à Papuda em decorrência de uma condenação no Supremo Tribunal Federal (STF). Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, a senadora Damares Alves explicou que, como membros da Comissão de Direitos Humanos do Senado, eles têm a prerrogativa de visitar o sistema prisional em qualquer lugar do Brasil, e que a ida à Papuda teve como objetivo analisar as condições para receber Bolsonaro.
“Nossa maior preocupação é: Bolsonaro está muito doente e queremos ver o tempo entre a Papuda e o primeiro hospital caso ele precise de atendimento rápido. Também queremos saber se dá tempo de solicitar o cárcere e ele chegar a tempo, pois em alguns casos o atendimento do ex-presidente precisa acontecer em no máximo 20 minutos”, declarou Damares Alves.
O senador Eduardo Girão afirmou que, desde o início do ano, tem solicitado ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, permissão para visitar os presos relacionados aos eventos de 8 de janeiro, mas não obteve resposta. “É importante destacar que a Comissão tentou, mas recebemos resposta zero do ministro Alexandre de Moraes. Estamos fazendo uma visita técnica na prisão em geral e não nas celas onde possivelmente estará o presidente Jair Bolsonaro.” Ele ainda acrescentou: “Em fevereiro, aprovamos o requerimento para visitar os presos pelo Brasil, os presos políticos, os presos do 8 de Janeiro, mas essa má vontade é fruto dessa perseguição política no Brasil.”
Fonte: jovempan.com.br

